quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O melhor de mim - Nicholas Sparks


Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam.
Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele. Ela, uma garota bonita e de família tradicional, que sonhava entrar para uma universidade de renome, via no namorado um porto seguro para toda a sua paixão e seu espírito livre. Infelizmente, quando o verão do último ano de escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável.
Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois.
Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre.
Num romance envolvente, Nicholas Sparks mostra toda a sua habilidade de contador de histórias e reafirma que o amor é a força mais poderosa do Universo - e que, quando duas pessoas se amam, nem a distância nem o tempo podem separá-las.
Vale a pena ler... Como todo livro do Nicholas nos faz chorar, pensar e refletir sobre a nossa vida e como a estamos administrando....Amei, embora não gostei do final. Parece que tem filme para o ano que vem... Espero que sim...


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Memórias Póstumas de Brás Cubas



Nesta história narrada em primeira pessoa, por um defunto autor, Machado de Assis nos mostra através da pretensa superioridade de seu protagonista - Brás Cubas - a precariedade da espécie humana. 

1. Narrador 

Os romances de Machado escondem várias armadilhas ao longo do processo de leitura, especialmente quando se trata de um leitor romântico, acostumado a confiar sem questionamento na onisciência do narrador - nas narrações em terceira pessoa - e na sua autoridade como testemunha ocular da história contada, no caso específico das narrações em primeira pessoa. 

Memórias póstumas de Brás Cubas pertence a este caso, isto é, tem a narração em primeira pessoa; o foco narrativo centraliza-se no personagem-narrador, tornando-se difícil, assim, recusarmo-nos a crer no que conta. 

Entretanto, uma das chaves para a leitura deste grandioso romance está justamente em desconfiarmos do narrador. Ao colocarmos em dúvida a veracidade do ato narrativo, começaremos a entender a estrutura do romance. Vejamos por quê: de um lado é um defunto autor, que conta a história de sua vida do além-túmulo, e assim dá a impressão de máxima isenção, de uma imparcialidade absoluta. De outro lado, simultaneamente, vai espalhando pelo texto algumas pistas que denunciam suas mentiras e seus exageros. 

Vamos analisar, sob este aspecto, as partes iniciais dos capítulos I e II. 

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a Segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo, Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 

Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma Sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - penetrava um chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia do discurso que proferiu à beira de minha cova: - "Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul com um crepe fúnereo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado. 

Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. 

[cap. I - Óbito do autor] 

sábado, 4 de agosto de 2012

Realismo



CONTEXTO HISTÓRICO
- Surgiu a partir da segunda metade do século XIX.
- As idéias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço.
- As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico.
- Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos freqüentes com as grandes cidades européias.
- Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado.
O Realismo iniciou-se na França, em 1857, com a publicação de “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert.
No Brasil foi em 1881, com “Memórias Póstumas da Brás Cubas” de Machado de Assis e “O Mulato” de Aluísio Azevedo.

CARACTERÍSTICAS DO REALISMO
- Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental
- Representação mais fiel da realidade
- Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, como o casamento, por exemplo
- Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe
- Influência dos métodos experimentais
Narrativa minuciosa (com muitos detalhes)
- Personagens analisadas psicologicamente

AUTORES PRINCIPAIS

É considerado o maior escritor do século XIX, escreveu romances e contos, mas também aventurou-se pelo mundo da poesia, teatro, crônica e critica literária.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Foi tipógrafo e revisor tornando-se colaborador da imprensa da época.
Sua infância foi muito pobre e a sua ascensão artística se deve a muito trabalho e dedicação. Sua esposa, Carolina Xavier, o incentivou muito na carreira literária, tanto que foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
Como romancista escreveu: ”A mão e a luva”, “Ressurreição”, ”Helena” e “Iaiá Garcia”.
Embora sejam romances, essas obras também revelam algumas características que futuramente marcarão a fase realista e madura do autor, como a análise psicológica dos personagens, o humor, monólogos interiores e cortes na narrativa (uma das suas principais características).
“Memórias Póstumas da Brás Cubas” (considerado o divisor de águas na obra machadiana) “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, revelam o interesse cada vez maior do autor de aprofundar a análise do comportamento do homem, revelando algumas características próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria, o egoísmo e a vaidade, todas encobertas por uma aparência boa e honesta.
Como contista Machado escreveu: ”A Cartomante”,”O Alienista”,”O Enfermeiro”,”O Espelho” dentre outros.
Como cronista escreveu, entre 1892 e 1897, para a Gazeta de Notícias, sob o título “A Semana”.
Embora suas peças teatrais não tenham o mesmo nível que seus contos e romances, ele nos deixou “Quase ministro” e “Os deuses da casaca”.
Como crítico literário, além de vários prefácios e ensaios destacam-se 3 estudos: ”Instinto de nacionalidade”,”A nova geração” e “O primo Basílio” (a respeito do romance de mesmo nome de Eça de Queirós).

Outros Autores
Raul Pompéia: “O Ateneu”
Aluísio Azevedo: “O cortiço”,”O Mulato”, “Casa de pensão”
Inglês de Souza: “O missionário”
Adolfo Caminha: “A normalista”, “Bom-Crioulo”
Domingos Olímpio: ”Luzia-Homem”