quinta-feira, 27 de março de 2014

Navio Negreiro



Inicialmente nós temos o eu-lírico cantando a beleza do alto mar, descrevendo os ventos nas velas, a fusão do céu e do mar, o brilho da lua e dos astros, as ondas do mar, a música que a brisa cria. Fala ainda de como o navio caminha sem deixar rastros e de como eram felizes aqueles que puderam contemplar toda a majestade dessas cenas.

Depois ele fala da bravura dos marinheiros que cantam glorificando suas pátrias ou os versos de Homero ou ainda canções do passado, que desvendam os mares no qual Ulisses velejou e de como se tornam apenas filhos do mar.

Mas então o eu–lírico descobre o que há no interior do navio. E então ele passa a cantar a horrorosa cena que vê de homens, mulheres e até crianças, “negras como a noite”, que dançavam como ordenava o chicote do capitão, provocando um horrível barulho. O eu–lírico, então, passa a descrever esses tripulantes: mulheres nuas, espantadas e com os seios suspensos; as crianças magras, com as bocas pretas suplicando por comida; os homens que dançam conforme o chicote e os velhos que se arquejam também com a mesma dor. E diante dessa cena os marinheiros e o próprio capitão riem-se e dão continuidade àquele horror.

Depois de ver tal cena o eu–lírico se questiona por que Deus não interfere, por que os astros e o mar, o imenso mar, não apagam aquelas cenas. E ainda se questiona de quem são esses homens negros. A resposta é que são homens antes livres, bravos, que viviam em tribos andando nus, combatiam tigres e eram guerreiros gloriosos, mas agora eram míseros escravos. E os outros eram lindas crianças que depois mais lindas virgens se tornavam e agora eram mulheres desgraçadas, sedentas, abatidas e enfraquecidas, que carreavam no colo seus filhos que viam leite se transformar em choro junto às algemas que os prendiam a todos.

O eu–lírico canta depois a mudança da vida destas pessoas. Fala como deram adeus aos amores, ao sono sem compromisso, às guerras que travavam pelo seu povo, às caças aos animais e à liberdade; e agora, sendo escravos, estavam em um porão apertado, sujo e infectado de doenças, sendo sempre acordados pelo barulho de um corpo sendo lançado ao mar, sentindo fome, sede e cansaço. Então mais uma vez o eu–lírico se pergunta se toda aquela cena era verdade ou se ele não estaria delirando. Pergunta a Deus por que não impede aquilo tudo ou por que o mar não interrompe aquelas atrocidades ou por que os astros não somem para que as cenas sejam apagadas.

Concluindo, o eu-lírico se questiona sobre o país responsável por tal crime e ainda sobre como os heróis que lutaram pela conquista do Novo Mundo deviam se levantar e impedir que coisa tão horrorosa acontecesse em suas terras que já se aproximavam.

Por Rebeca Cabral



Castro Alves


Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.
Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. 
Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. 
Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. 
Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.

Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.

Poesias de Castro Alves:

- Espumas Flutuantes, 1870

- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876 

- Os Escravos, 1883 

- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) 

- Navio Negreiro (1869) 

- Tragédia no lar 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Urupês - Monteiro Lobato



Urupês e o nascimento de Jeca Tatu
"Urupês", obra publicada originalmente em 1918, reúne ao todo 14 contos de Monteiro Lobato. Segundo o prefácio da 2a. Edição do livro, esta obra surgiu do artigo “Velha praga”, publicado originalmente no jornal O Estado de São Paulo no ano de 1914. Na época, Monteiro Lobato dedicava-se ao trabalho na fazenda que recebeu como herança de seu avô e amargava um ano terrível por conta da seca. Além do problema causado pela seca do inverno, Monteiro Lobato estava exausto das constantes queimadas praticadas pelos caboclos. Por conta disso, ele resolveu escrever uma carta de indignação ao jornal, que viu naquele texto algo muito valioso e o publicou fora da seção de cartas dos leitores. “Velha praga” causou grande impacto e polêmica, fazendo com que Monteiro Lobato publicasse outros textos que dariam origem ao livro "Urupês".

Um destes textos, cujo título dá nome ao livro (“Urupês”), dá vida ao que seria sua mais famosa personagem: o caboclo Jeca Tatu. Se o índio surgira como modelo ideal do brasileiro para os escritores do Romantismo da fase indianista, a figura do caboclo aparecia como seu substituto moderno – ao que Monteiro Lobato chamou de “caboclismo”. Porém, o caboclo de Monteiro Lobato não era em nada idealizado, mas ao contrário, trazia suas características negativas enfatizadas e o seu símbolo máximo é a personagem Jeca Tatu.

A personagem de Jeca representa toda a miséria e atraso económico do país de então, e o descaso do governo em relação ao Brasil rural. Jeca Tatu foi caracterizado por Monteiro Lobato como um homem desleixado com sua aparência e higiene pessoal, sempre de pés descalços e que mantinha uma pequena plantação apenas para subsistência. Sem nenhum tipo de educação e cultura, Jeca Tatu era um homem ingênuo e repleto de crendices. Por fim, era visto pelas pessoas como um alcoólatra e preguiçoso. Porém, como afirma Monteiro Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”, percebe-se através do texto que Jeca é uma vítima do descaso do governo.

Além do surgimento de uma das personagens mais icônicas da literatura brasileira (Jeca Tatu), Urupês trouxe uma série de inovações e sua importância se estende até os dias atuais. Uma delas diz respeito à linguagem empregada no livro. Monteiro Lobato estava preocupado em reproduzir nos seus textos a riqueza da fala brasileira da zona rural, com seus coloquialismos e neologismos tipicamente orais. De acordo com a crítica literária, o recurso da oralidade foi a maior ousadia do escritor em Urupês, pois nessa época o uso do português coloquial em obras era visto como algo “inferior” e sem valor literário. Dessa forma, pode-se dizer que Urupês é uma obra que de certa forma antecede as convenções estilísticas propostas pelos modernistas da Semana de 22.

Ainda com relação à linguagem empregada por Monteiro Lobato, é interessante notar a grande influência que Urupês teve sobre a língua portuguesa falada no Brasil. A partir do livro surgiram diversas palavras e expressões que hoje são dicionarizadas, como por exemplo o termo “jeca”, que vem da personagem Jeca Tatu e passou a ser sinônimo de “caipira”, “morador da zona rural” ou ainda “pessoa de hábitos rudimentares”.

Por fim, é importante ressaltar que a importância de Urupês não ficou restrita ao campo literário através de suas inovações estilísticas e linguísticas, mas teve também grande influência na indústria e no mercado cultural do Brasil. Isso porque até a Primeira Guerra Mundial, grande parte dos livros brasileiros eram impressos na Europa através de editoras estrangeiras, principalmente as francesas. Monteiro Lobato modificou essa forma editorial ao imprimir por conta própria o livro Urupês nas oficinas do jornal O Estado de São Paulo.

Com o dinheiro arrecadado com a venda de sua fazenda, Monteiro Lobato comprou a Revista do Brasil em 1918 e passou a publicar, além de suas próprias obras, livros de diversos outros escritores. Posteriormente, a Editora da Revista do Brasil passaria a se chamar Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato e, após o colapso dessa, ressurgiria como Companhia Editora Nacional, que é a maior do Brasil e uma das maiores da América Latina. Assim, pode-se dizer que Monteiro Lobato lançou a indústria nacional do livro através da publicação de Urupês.

Principais contos
“A colcha de retalhos”
Neste conto fica muito evidente o cuidado de Monteiro lobato em preservar o registro linguístico utilizado pelos homens do campo e a riqueza do vocabulário deles. Através da decadência da moça Pingo (ou Maria das Dores), o autor expõe a decadência da zona rural e seus habitantes.

“Velha praga”
Originalmente um artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, passou a ser publicado como parte do livro Urupês a partir de sua segunda edição – uma vez que Monteiro Lobato considerava “Velha praga” a origem desse livro. Nesse texto, o autor denuncia as queimadas praticadas pelos caboclos nômades na Serra da Mantiqueira e os problemas por elas causados. Ao mesmo tempo, mostra o descaso em que essas pessoas vivem.

“Urupês”
Principal conto presente no livro, em “Urupês” Monteiro Lobato apresenta uma de suas maiores personagens: o Jeca Tatu. O título vem do apelido que essa personagem tem, “urupê” – que é uma espécie de fungo parasita. O Jeca Tatu é o representante máximo do caboclo que vive na lei do menor esforço, alimentando-se e curando-se daquilo que a natureza lhe oferece. Sem nenhum tipo de educação e alheio a tudo o que acontece pelo mundo, o Jeca Tatu representa a ignorância do homem do campo. Por fim, pode-se dizer que ele é a denúncia do descaso do governo com relação às pessoas da zona rural uma vez que, segundo Monteiro Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”.
Leia o conto  em https://docs.google.com/document/d/13tDlVuv0MMd71DeCf9FVI0AYeulMrFXh_XhSSEPWT9Y/edit?hl=pt_BR

Monteiro Lobato - Autor da Semana

 
Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor brasileiro. "O Sitio do Picapau Amarelo" é uma de suas obras de maior destaque na literatura infantil. Foi um dos primeiros autores de literatura infantil em nosso país e em toda América Latina. Tornou-se editor, criando a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Metade de suas obras é formada de literatura infantil.
Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Estudou no Instituto de Ciências e Letras de São Paulo.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, em 1904. Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Parnaíba, no ano de 1907.
Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916). Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando muda-se para Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.
No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, intitulada "Velha Praga", onde destaca a ignorância do caboclo, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou grande polêmica. Mais tarde, publica novo artigo "Urupês", onde aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".
Em 1917 vende a fazenda e vai morar em Caçapava, onde funda a revista "Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura. Muda-se para São Paulo, onde colabora para a "Revista do Brasil". Em seguida compra a revista e a transforma em editora. Publica em 1917, seu primeiro livro "Urupês", que esgota sucessivas tiragens. Transforma a Revista em centro de cultura e a editora numa rede de distribuição com mais de mil representantes.
No dia 20 de dezembro de 1917, publica no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado "Paranoia ou Mistificação?", onde critica a exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando em estopim do movimento modernista.
Monteiro Lobato, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira, funda a "Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato". Com o racionamento de energia, a editora vai à falência. Vendem tudo e fundam a "Companhia Editora Nacional". Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para crianças. Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Picapau Amarelo". Em 1927 é nomeado, por Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos, onde permanece até 1931.
Como escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Parnaíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Picapau Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.
O livro "Caçadas de Pedrinho", publicado em 1933, que faz parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, está sendo questionado pelo movimento negro, por conter "elementos racistas". O livro relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio. "É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta".
José Renato Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.

Obras de Monteiro Lobato

Idéias de Jeca Tatu, conto, 1918
Urupês, conto, 1918
Cidades Mortas, conto, 1920
Negrinha, conto, 1920
O Saci, literatura infantil, 1921
Fábulas de Narizinho, literatura infantil, 1921
Narizinho Arrebitado, literatura infantil, 1921
O Marquês de Rabicó, literatura infantil, 1922
O Macaco que se fez Homem, romance, 1923
Mundo da Lua, romance, 1923
Caçadas de Hans Staden, literatura infantil, 1927
Peter Pan, literatura infantil, 1930
Reinações de Narizinho, literatura infantil, 1931
Viagem ao Céu, literatura infantil, 1931
Caçadas de Pedrinho, 1933
Emília no País da Gramática, literatura infantil, 1934
História das Invenções, literatura infantil, 1935
Memórias da Emília, literatura infantil, 1936
Histórias de Tia Nastácia, literatura infantil, 1937
Serões de Dona Benta, literatura infantil, 1937
O Picapau Amarelo, literatura infantil, 1939

Fábulas de Monteiro Lobato

O Cavalo e o Burro
A Coruja e a Águia
O Lobo e o Cordeiro
O Corvo e o Pavão
A Formiga Má
A Garça Velha
As Duas Cachorras
O Jaboti e a Peúva
O Macaco e o Coelho
O Rabo do Macaco
Os Dois Burrinhos
Os Dois Ladrões
A caçada da Onça

 

Jeca Tatu

É no livro "Urupês", que Monteiro Lobato retrata a imagem do caipira brasileiro, onde destaca a pobreza e a ignorância do caboclo, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura. O Jeca Tatu é um flagrante do homem e da paisagem do interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista utilizado por Rui Barbosa em sua campanha presidencial de 1918. Na 4ª edição do livro, Lobato pede desculpas ao homem do interior.

terça-feira, 25 de março de 2014

Obras PAES Unimontes 2014

Literatura: travessias e territorialidades na ficção
1ª Etapa:
• Filme Os Inconfidentes, direção de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil/Itália, 1972, 100 minutos) 
• Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles (qualquer edição) 
• Capitães de Areia, Jorge Amado (qualquer edição) 
• Poema: “Infância”, Carlos Drummond de Andrade
• Música: “Meu Guri”, Chico Buarque de Holanda

2ª Etapa:
• Poemas: “Canção do exílio”, Gonçalves Dias; “Canção do exílio”, Murilo Mendes; “Nova
Canção do exílio”, Carlos Drummond de Andrade; “Canção do exílio facilitada”, José Paulo
Paes; “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes; “Canção do Exílio”- Casimiro de Abreu;
“Jogos florais I e II”, Antônio Carlos de Brito (Cacaso)
• Música: “Sabiá”, de Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda
• Contos Escolhidos, Machado de Assis. Editora Martin Claret 
• Casa de Pensão, Aluísio Azevedo (qualquer edição) 
• Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus 

3ª Etapa: 
• Passaporte para a China: crônicas de viagem. Lygia Fagundes Telles. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2011 
• Passaporte. Fernando Bonassi. São Paulo: Cosac Naify, 2001 
• Contos: “Felicidade Clandestina”, Clarice Lispector; “A menina de lá” e “Soroco, sua  
mãe, sua filha”, de João Guimarães Rosa (esses últimos integram o livro Primeiras 
estórias. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira) 
• Filme: A menina que roubava livros 
• Alguma literatura: crônicas. João Caetano Canela