sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Nós e os outros- Histórias de diferentes culturas


Introdução
No Brasil vive gente do mundo inteiro.
Vivemos uma pluralidade cultural e devemos assumir a riqueza dos diferentes modos de ser brasileiro.
Quando diferentes povos entram em contato influenciam-se reciprocamente e um aprende com o outro.
Nem sempre diferentes culturas convivem de forma harmoniosa. As várias culturas que se cruzaram no Brasil se enriqueceram mutuamente: índios, italianos, japoneses, judeus, africanos, alemães enfim várias etnias e nacionalidades que hoje habitam o território brasileiro contribuíram para formação de nossos comportamentos, nossos valores, nosso modo de ser.
Nós e os outros  nos transporta para diferentes culturas, nos tornando, a um só tempo, mais brasileiros e mais brasileiros e mais universais, porque muito mais humanos.

O Gênero do livro
O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção. 
Perfaz-se de todos os elementos que compõem a narrativa, ou seja, tempo, espaço, poucos personagens, foco narrativo de 1ª ou 3ª pessoa, corroborando em uma sequência de fatos que constituem o enredo, também chamado de trama.
 E um dos fatores de total relevância, é que o enredo apresenta-se de forma condensada e sintética, centrado em um único conflito. Tal característica tende a criar o que chamamos de unidade de impressão, elemento que norteia toda a narrativa, criando um efeito no próprio leitor, manifestado pela admiração, espanto, medo, desconcerto, surpresa, entre outros

Estrutura
O livro contém 12 contos:
  Marabá – Gonçalves Dias
  O índio – Edson Rodrigues dos Passos
  O mundo novo do novo mundo – Ilka Brunhilde Laurito
  O inferno – Graciliano Ramos
  O homem que sabia javanês – Lima Barreto
  O hóspede estrangeiro – Paulo Coelho
  Quarto de despejo – Carolina Maria de Jesus
  A festa da moça-nova – Índios Ticuna
  Vida nova – Pepetela
  O jardineiro Timóteo – Monteiro Lobato
  A piedosa Teresa – Âlcantara Machado
  Addarsu al awalu – Yanna Hadatty Mora

Gonçalves Dias
Aluno de Direito em Coimbra a partir de 1840, Gonçalves Dias foi colega dos principais escritores da primeira fase do Romantismoportuguês. Inspirado por essa convivência e a saudade da pátria, escreveu a "Canção do Exílio" - poema que se tornou tão célebre que alguns de seus versos são citados no Hino Nacional brasileiro. Orgulhoso do fato de ser descendente de brancos, índios e negros, seu pai era o comerciante português João Manuel Gonçalves Dias, e a mãe, Vicência Ferreira, mestiça.
Marabá


Significa mestiço de francês com índia.
O poeta se faz porta voz de uma índia marginalizada por seu povo.
Discute o problema da discriminação que ocorria naquela época e também nos dias atuais – o desrespeito pela diferença que gera preconceitos e traz sofrimentos e solidão a tantas pessoas.

Edson Rodrigues dos Passos
Nascido em Ibotirama na Bahia, criado em São Paulo , é advogado e professor de história da rede pública estadual paulista.Teve seu conto premiado no concurso literário “O professor escreve a história” em 1997.
O índio
História que pode ter acontecido em qualquer escola de nosso país que várias culturas e etnias se cruzam nos corredores e tornam-se alvo de curiosidade e preconceito.
O desrespeito pela cultura alheia pode ser superado pela percepção da grande mobilidade do universo cultural brasileiro

Ilka Brunhilde Laurito
Poeta paulistana, foi durante muito tempo professora de literatura.
Formada em letras pela USP, Ilka trabalhou no magistério secundário e superior e vem publicando, além de poesia, contos, crônicas e ficção infanto-juvenil.
O mundo novo do novo mundo
  Retirado do livro A menina que fez a América
  Vemos pelos olhos da italianinha a chegada à nova terra, que será sua daí para frente: a natureza, a cidade, as pessoas... Tudo tão diferente da pequena aldeia natal.
  Junto com a protagonista vivenciamos a saudade do que ficou para trás e o medo do desconhecido e de viver num país com outras culturas, outra paisagem e outros tipos humanos.

Graciliano Ramos
  Graciliano Ramos nasceu em 1892, em Quebrângulo, Alagoas Em 1914 foi ao Rio de Janeiro, onde pôde intensificar sua carreira jornalística.
  Foi preso pela ditadura Vargas, sofrendo horrendas humilhações – experiências reveladas em sua obra “Memórias do Cárcere”.
  A segunda fase modernista, também chamada de geração de 1930 (prosa) consolidou ainda mais as ideias promulgadas pela primeira fase. Tal geração abordou as causas sociais de forma veemente, como uma espécie de denúncia, de crítica social, frente à realidade social brasileira, tendo a seca nordestina como alvo.
O Inferno
  Faz parte do livro Infância (1945) narra episódios de sua vida
  Personagem: um menino nordestino
  Um diálogo entre um menino e sua mãe
  A tensão e o desencontro são visíveis e dolorosos
  A cultura adulta e a infantil se enfrentam
  Mãe – teme perguntas tabus
  Filho – mundo da curiosidade
  Perguntas inconvenientes e palavras proibidas
  Mundo em que a linguagem serve mais para encobrir do que para revelar, gerando desentendimentos e violência.

Lima Barreto
Lima Barreto (1881-1922) foi escritor e jornalista brasileiro. Filho de pais pobres e mestiços sofreu esse preconceito em toda sua vida. Logo cedo ficou órfão de mãe. Estudou no Colégio Pedro II e ingressou na Escola Politécnica, no curso de Engenharia. Seu pai enlouquece e é internado, obrigando Lima Barreto a abandonar o curso de Engenharia. Para sustentar a família, empregou-se na Secretaria de Guerra e ao mesmo tempo, escrevia para vários jornais do Rio de Janeiro. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebe severas críticas dos letrados tradicionais. Explora em suas obras, as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadaA obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi "Triste Fim de Policarpo Quaresmas da República. 
O homem que sabia javanês
A questão de conhecer, não conhecer ou fingir que conhece línguas estrangeiras está no centro do enredo.
Línguas estrangeiras desconhecidas exercem fascínio sobre as pessoas por guardar segredos e mistérios das culturas a que pertencem

Paulo Coelho
Nascido no Rio de Janeiro em 1947 é um escritor brasileiro muito conhecido dentro e fora do Brasil. Sua carreira literária começou com suas experiências com outras linguagens artísticas como o teatro e música. Escreveu letras de músicas para Raul Seixas e Elis Regina.
O Hóspede estrangeiro
  O misticismo transformado em literatura
  Faz parte do romance O Monte Cinco 1996
  Conta uma história de fundo bíblico: um israelense Elias , por razões político-religiosas vive fora de sua pátria, exilado na Fenícia onde passa por diferentes e severas provações
  Ensina a sabedoria das culturas ao garantir respeito ao estrangeiro, exprimem o caráter universalmente humano de homens e mulheres independentemente de sua nação de  origem e do lugar que vivem  

Carolina Maria de Jesus nasceu a 14 de Março de 1914 em Sacramento, estado de Minas Gerais, cidade onde viveu sua infância e adolescência. Foi filha de negros que, provavelmente, migraram do Desemboque para Sacramento quando da mudança da economia da extração de ouro para as atividades agro-pecuárias.
  Mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento, por ser negra e pobre, Carolina revela através de sua escritura a importância do testemunho como meio de denúncia sócio-política de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade.
  A obra mais conhecida, com tiragem inicial de dez mil exemplares esgotados na primeira semana, e traduzida em 13 idiomas nos últimos 35 anos é Quarto de Despejo
Quarto de despejo
  A cultura popular urbana
  Linguagem popular poeticamente nos transporta para o universo da autora e de sua gente.
  Página de seu diário testemunha a luta de uma mulher que cata papel nas ruas de São Paulo para sobreviver e criar os filhos.
  Apesar das dificuldades procura preservar suas crenças e sua dignidade de ser humano.
  Nos dá uma lição de vida

Índios Ticuna
  O livro das árvores
  Escrito por professores pertencentes a nação indígena
Focaliza diferentes aspectos da vida indígena, seu cotidiano e suas crenças
A festa da moça-nova
  Quando meninas viram mulheres
Contribui para que a memória dos índios seja registrada

Pepetela
Um dos maiores nomes da literatura angolana, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mais conhecido comoPepetela, nasceu no dia 29 de outubro de 1941 em Angola, na região litorânea de Benguela. Sua família tinha raízes fincadas entre os colonos deste país da África, porém seus pais já eram angolanos de nascimento.
Vida Nova
  Cultura africana
  Livro  As aventuras de Ngunga
  Menino de 10 anos cujos pais morreram na Guerra da Independência tem um visão crítica bastante precoce
  A descoberta do amor o faz avaliar os costumes de sua terra.
  Reflete sobre as maneiras de tornar o mundo em que vive mais justo e mais humano.

Monteiro Lobato
  Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô.  Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
  Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis. 
O Jardineiro Timóteo
  Denuncia os contrastes e desigualdades da sociedade brasileira republicana.
  Mostra um Brasil rural no vale do Paraíba com todos os seus desrespeitos ao caboclo
  Velho e Novo

Alcântara Machado
  Antônio Castilho de Alcântara Machado d’Oliveira nasceu em 25 de maio de 1901, em São Paulo (SP). Nesta cidade, formou-se na faculdade de Direito, durante a qual publicou sua primeira crítica literária para o “Jornal do Comércio”. Após esse fato, passou a colaborar para este jornal até tornar-se redator-chefe.
  Formou-se, mas não chegou a exercer a profissão porque estava atrelado à carreira jornalística.
Os movimentos modernistas na literatura começavam a se despontar com a “Semana de Arte Moderna”, da qual o escritor não participou. Contudo, depois de tornar-se amigo de Oswald de Andrade, adere ao movimento que o tornou um dos nomes mais significativos da prosa da Geração de 22.
A piedosa Teresa
  Livro Novelas Paulistanas
  Festa religiosa tipicamente brasileira
  Pessoas de diferentes origens e culturas encontram seu espaço numa verdadeira manifestação do caráter abrangente e acolhedor da nossa cultura

Yanna Hadatty Mora
  De origem libanesa a jovem escritora nasceu no Equador em 1969 e vive no México desde 1992.
  Livro Quehaceres postergados (Tarefas adiadas)
Addarsu al awalu
  Traz de volta o passado para conviver com o presente.
Revela que a comunhão entre raças, idades e experiências diferentes é possível e sempre muito frutífera





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