segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Viuvinha

 
  José de Alencar é um dos grandes representantes do romance urbano brasileiro. Sua produção literária inclui algumas obras primas. Entre elas, selecionou-se para estudo ?A Viuvinha?, publicada em 1860, pertence ao grupo dos romances humanos. É um romance curto, no qual o autor narra uma história de amor tendo como plano de fundo o cotidiano do Segundo Reinado. 

A narrativa relata a história de Jorge e Carolina. Ele, herdeiro de uma grande fortuna deixada pelo pai, alto comerciante, passa a gastá-la sem nenhuma preocupação. Neste meio tempo, conhece Carolina e abandona a vida boêmia. Ela é a típica jovem casadoira que, aos quinze anos, tem um namoro respeitoso, vigiado pela mãe, como ditava a sociedade da época. 

O casamento foi marcado, como mandam os bons costumes. Mas, às vésperas, Jorge recebe a visita do Sr. Almeida, amigo de seu pai, que o informa de sua real situação financeira é a de mais extrema pobreza. Desta forma não poderia dar uma vida confortável à Carolina e o casal não seria bem aceito socialmente. Mas o cancelamento do casamento poderia macular a honra de Carolina e a sua própria honra. Além de ser Carolina o amor da vida de Jorge. 

Jorge encontra uma suposta solução para o problema, que inicialmente não é revelado ao leitor. Ele deixa com que os procedimentos do casamento continuem. Casa-se e na noite de núpcias, após adormecer a esposa com ópio, foge pela janela para suicidar-se nas obras da Santa casa, local onde muitos desesperados tiravam a própria vida. 

A narrativa nos faz acompanhar Jorge e um vulto que o segue. Há um salto na história que nos faz chegar ao ponto em que um cadáver é encontrado com os sinais e características de Jorge, mas com o rosto desfigurado. O que comprovaria sua identidade estava em uma carta assinada por Jorge ao lado do corpo. 

Assim, Carolina sepulta seu amado. Ela se encerra em vestes negras em luto. Nunca mais se casaria. 

Passados cinco anos, Carolina permanece vestida de negro e se tornaria uma coquette. Ouviria galanteios de outros homens, mas se mantinha fiel a seu amado. Ficaria conhecida como a ?viuvinha?. 

Após os cinco anos, a história nos mostra a chegada de Carlos Freeland ao Rio de Janeiro. Um homem misterioso que aparenta riqueza e paga determinadas dívidas de honra. Paralelamente, inicia um flerte com Carolina, sem que ela o reconheça. Um conflito se inicia no coração de Carolina, pois ela deve fidelidade a seu marido morto. 

A verdadeira identidade deste homem é revelada quanto este recebe a visita do Sr. Almeida. Assim, nos é revelado que Carlos é, na verdade, Jorge. 

O flerte com Carolina continua e um encontro é marcado. Ela está decidida a encontra-lo, mas para romper com aquela situação. Ao perceber que aquele homem era Jorge, entrega-se a seu amo. Revela-se, então, para a sociedade que Jorge está vivo. Para evitar a curiosidade das pessoas, o casal foi morar em uma fazenda. Revela-se, então, que o narrador era seu vizinho.

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