sexta-feira, 4 de abril de 2014

Tapete Vermelho

 
Esse filme retrata bem o contexto histórico do Pré Modernismo no Brasil
 Veja a sinopse:
 Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando era garoto. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.
 

 Mazzaropi é um dos grandes comediantes do cinema brasileiro, mas, entre a nova geração de espectadores, poucos conhecem sua importância em nossa cultura. Tanto que um de seus personagens, o Jeca Tatu do filme homônimo de 1959, virou sinônimo de caipira na linguagem popular. Tapete Vermelho é uma forma que seu diretor, Luiz Alberto Pereira (Hans Staden), encontrou para perpetuar essa importância de Mazzaropi.

De uma forma bastante sensível, Tapete Vermelho é um road movie sobre a promessa que Quinzinho (Matheus Nachtergaele) tenta cumprir: levar seu filho, Neco (Vinícius Miranda), à cidade grande para assistir a um filme do Mazzaropi no cinema. Eles moram num pequeno sítio no interior de São Paulo. Nessa verdadeira odisséia por cidades do interior paulista, ele também leva sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), que parte a contragosto, e o burro Policarpo. Na jornada, eles encontram peculiaridades regionais e passam por situações mágicas, relacionadas à crendice popular.

Tapete Vermelho é um grande "causo" sobre um homem que quer fazer algo que, para ele, parece ser mais simples do que realmente é. Com toques de crítica social, a produção alerta não somente em relação ao resgate dos filmes de Mazzaropi, mas sim do cinema em geral. Tapete Vermelho apresenta uma crítica ao mercado de exibição cinematográfica, na qual a maioria dos cinemas - especialmente em cidades pequenas, que não têm espaço para cineclubes e mostras, como nas capitais - exibe somente filmes americanos, gerenciados por pessoas que mal sabem quem foi Mazzaropi. Em seu longa-metragem, Pereira resgata a cultura popular brasileira, valorizando tanto o cinema do caipira quanto a música sertaneja e o folclore de uma forma evidentemente apaixonada.

Suas câmeras captam muito bem as paisagens pelas quais passa a família de viajantes. Mas o maior destaque de Tapete Vermelho, como não poderia deixar de ser, é a performance de Matheus Nachtergaele. Hilário quando precisa ser, comovente quando é necessário, Nachtergaele encarna com perfeição um morador do interior do Brasil, independente do Estado. Até Gorete Milagres - cuja presença no filme pode torcer o nariz dos cinéfilos, já que ela se consagrou na TV por um papel não tão engraçado - está bem em Tapete Vermelho. De uma forma despretenciosa, o filme é capaz de divertir e comover na medida certa, tornando-se uma simpática homenagem ao cinema de Mazzarop.

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