quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Carta de Caminha - Paes Unimontes




Carta de Pero Vaz de Caminha
A
El-Rei Manuel sobre o Achamento do Brasil
1º de maio de 1500




Pero vaz de caminha




  • Nasceu no Porto em 1450
  • Cavaleiro e mestre da Casa da Moeda do Porto
  • Escrivão nomeado para Calicute, Índia
  • Amigo do rei valeu-se da oportunidade de comunicar a nova do descobrimento a fim de interessar ao monarca pela solução de um problema particular: libertação do genro, Jorge de Osório
  • Morreu na Índia em 1500

O que a carta representa:


  • Documento inaugural da história do Brasil.
  • Fixa o primeiro encontro do europeu com os indígenas da terra então descoberta.
  • Documento de caráter íntimo – pedido de Caminha ao Rei.
  • Documento histórico devido ao seu conteúdo.
  • Relato diário dos acontecimentos passados no Brasil.
Entendo a Carta....
  • Relato descritivo quase científico.
  • Possui no original 27 folhas e uma de endereço.
  • Só publicada em 1817
  • Na introdução Caminha aborda os problemas com a viagem – desaparecimento de uma nau.
  • No relato há múltiplas observações sobre os indígenas, homens e mulheres que são descritos pelo seus comportamentos, inocência, enfeites e entendimento por meio de gestos.
  • Caminha realizou prodígio de síntese em sua narrativa:
   No espaço de de uma semana diante de um mundo novo, fez o melhor retrato da terra e do homem que deixou para posteridade.
     É o relato mais rico e confiável da primeira semana após o Descobrimento. É um diário atípico, ou uma crônica de viagem, revestida das características estilísticas da literatura de viagem do Quinhentismo: a linguagem clássica, simplificada pela necessidade de tratamento objetivo da matéria; clareza; simplicidade; realismo nas observações; crítica equilibrada e, dentro do espírito humanista, uma constante curiosidade e uma persistente capacidade de maravilhar-se.
OBJETIVOS DA CARTA:


  • INFORMAR AO REI SOBRE:
   A   TERRA
   OS HABITANTES
  AS RIQUEZAS




  • DILATAÇÃO DA FÉ CRISTà       (PREOCUPAÇÃO ESPIRITUAL)‏



Em princípio, Caminha se desculpa pela Carta, a qual considera "inferior". O escrivão documenta os traços de terra e o momento de vista da terra (quando se avistou o Monte Pascoal, a que deu-se o nome de Terra de Vera Cruz).

Pau Brasil – Oswald de Andrade


Primeiros poemas são :


  • Crítica e sátira do processo de colonização do brasileiro.
  • Fonte – A carta de caminha
  • Há a preservação da linguagem arcaica – sátira àquilo que é considerado culto
  • Paródia é o instrumento principal do autor
  • Usa versos – parágrafos da carta – seleciona e privilegia os momentos de mais puro estranhamento entre indivíduos de dois mundos.
Descoberta


Seguimos nosso caminho por este mar de longo
 Até a oitava da Páscoa
 Topamos aves
  E houvemos vista de terra
* Faz copia de alguns trechos da carta


os portugueses seguem até à praia, onde acontece o primeiro contato com os índios, quando os portugueses praticam o primeiro escambo com os índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil e é narrada a Primeira Missa na nova terra.
Descrição dos índios na Carta
“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas.Vinham todos rijamente sobre o batel, e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos e eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa.”
“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma.Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.”
"Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados."
Pau Brasil - Os selvagens


Mostraram-lhes uma galinha
  Quase haviam medo dela
  E não queriam pôr a mão
  E depois a tomaram como espantados
As índias na carta:
"...Ali andavam entre eles três ou quatro moçasbem novinhas e gentis, com cabelos mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de nós as muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha."
Meninas da Gare - Pau brasil
“Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que nós as muito bem olharmos
Não tinhamos nenhuma vergonha.”

                                  *Texto antigo – título moderno




*Exploração da mulher
momento amistoso entre portugueses e índios
“Passou-se então além do rio Diogo Dias, almoxarife que foi a Sacavém, que é um homem gracioso e de prazer; e levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu-se com eles a dançar, tomando-os pela mão; e eles folgaram e riam e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem , fez-lhes ali, andando do chão , muitas voltas ligeiras e salto real ( salto mortal)”
Primeiro chá - pau brasil
“Depois de dançarem



    Diogo Dias
    Fez salto real.”



Descrição da paisagem
“..há muitas palmas não mui altas, em que há bons palmitos..”
  “...uma povoação, em que haveria nove ou dez casas, as quais eram compridas... Eram de madeira e cobertas de palha, .. Sem nenhum repartimento, uma rede atada a cabos, alta, em que dormiam. .. Em cada casa se recolhiam 30 a 40 pessoas.”
"De ponta a ponta é toda praia... muito chã
e muito fremosa. (...) Nela até agora não
pudemos saber que haja ouro nem prata...
porém a terra em si é de muitos bons ares
assim frios e temperados como os de entre
Doiro e Minho. Águas são muitas e infindas.
E em tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela todo por bem das
águas que tem, porém o melhor fruto que
nela se pode fazer me parece que será
salvar essa gente e esta deve ser a principal
semente que vossa alteza em ela deve lançar
Marcas da opinião do autor
“Os outros dois, que o capitão teve naus, a que deu o que já disse, nunca mais aqui apareceram – do que tiro ser gente bestial, de pouco saber e por isso tão esquiva”

  “Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristão porque eles, segundo parece, não têm nem entendem nenhuma crença.”







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