terça-feira, 4 de junho de 2013

Poemas de Oswald de Andrade - Atenção Terceiros anos!!

Canção de Regresso à Pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo

(Oswald de Andrade - Pau-Brasil) 


Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(Oswald de Andrade - Pau-Brasil) 


Erro de português


Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.


brasil


O Zé Pereira chegou de caravela

E preguntou pro guarani de mata virgem

-Sois cristão?

-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte

Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

-Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o carnaval.

 O capoeira

— Qué apanhá sordado?
— O quê?
— Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.

 O gramático

Os negros discutiam
Que o cavalo sipantou
Mas o que mais sabia
Disse que era
Sipantarrou.

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