O Autor
Poeta,
contista e ensaísta
Nasceu
Brasília de Minas, MG
Pós-doutorado
em literatura
Professor
da Unimontes
Publicou
vários ensaios e livros de poesia
Características da obra
Temáticas
variadas, predomínio de lugares fechados e pelo centro urbano com todos os seus
problemas.
Prosa
intimista de cunho filosófico-existencialista
Hipertextualidade
A
literatura de Oliva é a escrita de si, do seu “eu” em busca do seu “outro”
Em
cada carta perceberemos um narrador diferente, um sujeito desconexo, que
procura compreender a si, sua família, o outro e a literatura.
Título
da obra - Cartas para Mariana
Não há só cartas destinadas a uma mulher.
São 30 cartas sendo que apenas as cinco primeiras à Mariana.
As outras estão ligadas a outras pessoas, escritores, situações , até mesmo
monólogos
Temáticas:
Cartas
amorosas
Cartas
familiares
Cartas
do corpo
Cartas
literárias
Cartas
sobre o eu
Cartas amorosas
Cartas
destinadas às pessoas amadas. Na verdade as únicas em que lemos declarações
amorosas de fato, são as cinco primeiras, destinadas à Mariana por um
misterioso remetente de inicial C
Cartas para Mariana são correspondências de um amado à sua
amada ou do eu para o outro
Seriam respostas das cartas portuguesas escritas por Sóror
Mariana Alcolforado no século XVII
Deparamo-nos com um amor intenso, beirando o
ultraromantismo, egoísta, capaz de causar conflitos existenciais ao ponto do eu
não se encontrar em si, almejando ser o outro
O
C seria a inicial do remetente Chamilly o cavaleiro francês apaixonado por
Mariana
As
cartas falam do próprio sujeito que da amada propriamente dito. Ela é uma
escrita do encontro e desencontro consigo mesmo.
Cartas familiares
Giram
em torno de famílias e amigos
Narrativas
mais íntimas
Cartas
em que vemos narradores em busca de reconhecimento familiar e conhecimento de
mesmos.
A relação entre pais e filhos, infância e
maturidade, afeto e abandono,casamento e solteirice, vida e morte são temas
abordados
Carta
para Maria, Carta para Isaac e Carta para as filhas de Eva destacam-se por possuírem um diálogo
entre si:
Intertexto bíblico nos nomes dos destinatários na qual a
figura feminina toma relevo.
Maria – Nossa Senhora
Eva – pecado, sedução
Isaac – filho legítimo
Isaías – filho da dor – Intertextualidade com José de
Alencar – Iracema
Traços machadiano -
Dom Casmurrro – dúvida quanto à paternidade
Possuem remetentes diferentes e vozes distintas e tempos
diferentes.
Cartas do corpo
Tematizam
o sexo, o encantamento pelo corpo do outro e o homoerotismo
Textos
narrados ora por homens ora por mulheres e ora por um narrador em 3ª pessoa
O
corpo desperta prazer e perdição
Carta
sobre o medo – mulher presa ao homem através do corpo – cativa doméstica
Carta
sobre o manuscrito de Assis – 4 cartas narradas por personagens diferentes e
giram em torno de um mistério manuscrito assinado por Assis.
Fica claro a
relação homoerótica e uma denúncia dos abusos sexuais dos clérigos
Intertextualidade
com um conto de Machado de Assis – Manuscrito de um sacristão, a diferença está
que o padre disfarça uma atração pela prima
Carta
par a um desconhecido – teor psicanalista – narrado em 3ª pessoa. Duas
leituras: bandido observa vítima e a outra questão homoerótica – apreciação do
outro
Cartas Literárias
Diálogo
explícito ou implícito com grandes escritores, personagens ou obras célebres.
Cartas
para Ulisses – Odisséia de Homero – referência a Penélope – tema da espera
Imagem
de uma saída da prisão: o narrador (Penélope) e o homem preso (Ulisses)
Carta
para Bento – Dom Casmurro – o ciúme de uma narrador em 1ª pessoa num estado de
angústia e tensão
Carta
para as singularidades de uma moça loura – Singularidade de uma rapariga loura
de Eça de Queiroz- 1ª obra realista
Tensão:
parecer versus ser
Intertexto
com Missa do Galo de Machado
Ambos
relatam o encantamento por uma mulher.
Carta
para Rubem Fonseca – conto passeio noturno – família tradicional presa na
mesmice, personagem assumem dupla identidade, se escondem por traz de uma
máscara social
Homem
bom versus seu lado obscuro – O médico e o monstro
Ocorre
a imprevisibildade da narrativa
Cartas sobre o eu
Cartas
em tons de monólogo nas quais o eu, através da memória ou de reflexões
intimístas procura se encontrar consigo mesmo.
Há
também textos em que o eu entra em conflito com seu outro.
O
processo criativo traz inquietações ao sujeito, o qual se escreve para se
encontrar, configurando um teor metalinguístico
O
transcedente e o fantástico são formas de preencher o vazio.
A
palavra que nos assusta é capaz de transformar
Cartas
sobre a casa de minh’alma – começa com verso do simbolista Alphonsus de
Guimarães
Carta
sobre um conto fantástico –características simbolistas e surreais
Conto
fantástico, repleto de sugestões e mistérios. Intertexto com o poema Violões
que choram de Cruz e Souza, poeta simbolista
Carta
sobre as palavras –Há um diálogo com Cecília Meireles em ratifica o poder das
palavras e sua força transformadora
Carta
de Ash – mais intrigante carta do autor
Trata
do nascimento de um “eu”, de um heterônimo do autor – Ash que domina o seu
senhor que gosta de escrever poeminhas tolos
porque
tem medo de histórias compridas.
Há
metalinguagem e alteridade e do duplo (dupla personalidade)
Pseudo-monólogo
em tom confessional em que o texto é narrado por Ash em 1ª pessoa e em alguns
momentos ele é apresentado em 3ª pessoa – Há mais de uma voz narrativa neste
conto
Ash
é rebeldia, e seu senhor é moralidade.
Intertextualidade
com a obra Ash de Edvard Much. Um eu(homem) que não vive em seu outro(mulher)
E em
um trecho de Oliva, lemos que os enhor varre tudo para o porão:Ash. Numa
leitura do quadro de Munch, o varrido pode ser a cinza que seria lançada toda
em Ash , que é o lado obscuro, sombrio e verdadeiro.
Essa
carta não há destinatário, só remetente – Ash – É o outro falando para o eu
É
aquela lado que todos nós ocultamos, aquele duplo grita dentro de nós.
“Ash é
o meu lado escuro, sombrio, verdadeiro, minha essência desconhecida. Eu o mato
todos os dias e todos os dias ele ressuscita, para me mostrar o que não devia.”
Considerações finais
Oliva
se multiplica em várias vozes e gêneros para trilhar caminhos reais e surreais,
temporais e atemporais.
Utiliza
o discurso religioso
Osmar
se busca em seus próprios textos
Ele
é um poeta que faz reflexões de suas poesias
Utiliza-se
de belas figurações, descrições e recursos sensitivos
Há
também reflexões sociais
Reflexões
filosófico-existencialista do mundo contemporâneo
Há
metalinguagem
Intertextualidade
“Cartas para Mariana
é, sem dúvida, uma produção magistral, de uma sensibilidade humana e lírica que
encontra correspondência em nós”
Márcio
Moraes
Parabéns pelo estudo professor. Muito relevante para a academia. Que venham outros pra que assim possamos valorizar nossos autores pós-contemporâneos que Têm muito a nos dizer.....
ResponderExcluirThiago Lamonier
Parabéns, Márcio! Excelente iniciativa! Nos encontramos no Mestrado! rsrs
ResponderExcluirNossa, nao consigo achar esse livro por nada e preciso muito ler para fazer vestibular.
ResponderExcluirSe vc tiver ele em arquivo ou souber onde comprar, por gentileza, entre em contato por email. Preciso muito!
Olha Rafaela, esse livro é difícil de encontrar para comprar. Eu li um xerox do livro e fiz um resumo do resumo do professor Márcio do Colégio Sólido. Vc pode ligar para a Palimontes e ver se lá tem o livro.38 32231000
ExcluirJussara, também estou precisando do mesmo livro ( e aliás um de Drummond e e um de Marisa Lajolo) você não sabe se tem como conseguir esses livros em pdf ou sei lá em alguma midia? Grata.
Excluiraliás meu e-mail é esse, por favor de ajude!
Excluirmaylitlleangel@hotmail.com
Bom dia.
ResponderExcluirTambém estou ouca atrás desse livro. Moro em sp, sabe como posso conseguir? Bjs, obrigada! Parabéns pelo trabalho.