A carta do escrivão Pero Vaz de Caminha, iniciada em 26 de abril e concluída no dia 1º de maio de 1500, foi enviada imediatamente para o rei por intermédio de Gaspar de Lemos, anunciando a boa nova da descoberta de terras. Ela tornou-se “a certidão de nascimento” do Brasil, como a chamou Capistrano de Abreu. O documento, no entanto, só se tornou publico em 1790, sendo a carta publicada a primeira vez no Brasil em 1817, pelo geógrafo Manoel Ayres do Casal, no primeiro volume da Corographia.
É uma narrativa detalhada e minuciosa do que se passou na viagem e dedica inúmeras páginas, das 26 originais, a descrever os nativos e as terras encontradas, onde, segundo ele, maravilhado com a exuberância tropical, “Esta terra, senhor” escreveu “em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar dar-se-há nela tudo”.
Foi baseado nas informações de Caminha que D. Manoel enviou mensagem comunicando a descoberta ao Reis Católicos da Espanha, Fernando e Isabel, remetida em agosto de 1501. Minimizando a viagem ao Brasil, enfatizou o contanto com Calicute e com a Índia. Sobre o Brasil disse aos reis seus vizinhos, quase que somente: “o dito meu capitão...nas oitavas da páscoa seguinte chegou a uma terra que novamente descobriu, a qual pôs o nome de Vera Cruz, na qual achou gentes desnudas como na primeira inocência, mansas e pacíficas: a qual parece que Nosso Senhor milagrosamente quis que achássemos por serem muito úteis, porque é muito conveniente e necessária para a navegação para a Índia, porque ali reparou seus navios e tomou água..” (Carta del Rey D. Manuel de Portugal a los Reyes Católicos, dandoles cuenta de todo lo sucedido en el viagem de Pedro Alvares Cabral por la costa de Africa hasta el Mar Rojo)
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http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/br_descoberta7.htm
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